Como pediatra, sempre pergunto sobre os balbucios. "O bebê está fazendo sons?" pergunto ao pai de um bebê de 4, 6 ou 9 meses. A resposta raramente é "não". Mas caso seja, é importante tentar descobrir o que pode estar acontecendo.
Se um bebê não está balbuciando normalmente, algo pode estar interrompendo o que deveria ser uma corrente essencial: poucas palavras estão sendo ditas ao bebê, algum problema evitando que ele escute o que é dito, ou dificuldades em processar essas palavras. Algo errado na casa, na audição ou talvez no cérebro.
Os murmúrios estão cada vez mais sendo compreendidos como um precursor essencial à fala, e como um indicador básico do desenvolvimento cognitivo e sócio-emocional. E pesquisas estão separando os componentes fonéticos desse balbucio, associado à interação de fatores neurológicos, cognitivos e sociais.
A primeira coisa importante sobre o balbucio é também a primeira coisa a ser notada: bebês balbuciam de maneiras similares. Durante o segundo ano de vida, eles moldam seus sons nas palavras de seu idioma nativo.
A palavra "balbucio" ("blabber", em inglês) é significativa e representativa sílabas repetitivas, brincando em torno das mesmas consoantes. (Na verdade, a palavra em inglês provavelmente não veio da Torre de Babel, conforme sustenta a sabedoria popular, mas dos sons parecidos com "ba ba" feitos pelos bebês.)
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