CURRÍCULO
A organização curricular de acordo com os eixos de trabalho tem como objetivo orientar o professor apresentando caminhos para sistematizar as intenções educativas de 0 a 5 anos. Assim, reitera-se que as propostas para a criança sejam elaboradas com objetivo de oferecer experiências que desafiem desde o movimento, a construção do conhecimento e o fortalecimento da sua identidade, de forma globalizada e não em função dos eixos.
O currículo pensando para estas Diretrizes considera a criança um ser na sua totalidade, que pensa, age, levanta hipóteses e constrói conhecimentos a respeito de si mesmo e do mundo que a cerca, se relacionando, explorando e agindo sobre o meio, individualmente, com seus pares e com intervenção do professor.
O currículo é um instrumento de apoio e complemento para a organização da ação na Unidade Educacional e, sobretudo, à atuação do professor, segundo Kramer
No entanto, o currículo por si só não garante a ação; é necessário empenho, dedicação e pesquisas, onde se atente em cada grupo de trabalho para o seu contexto sócio-cultural, nível de desenvolvimento e os conhecimentos que se pretende atingir.
O currículo deve estar em constante evolução, reflexão, avaliação e reelaboração, sendo um processo de construção do coletivo, em que toda a comunidade da instituição tenha espaço garantido para participar, sejam crianças, famílias e profissionais envolvidos.
Nesta perspectiva, o currículo deve servir de instrumento para o professor que trabalha com as crianças com vistas a desenvolver uma proposta pedagógica coerente com as concepções propostas que se traduzam em ações que:
1 - Considerem a ação do adulto de vital importância no desenvolvimento e construção do conhecimento pela criança;
2 - Ofereçam várias oportunidades que desafiem o raciocínio e permitam à criança elaborar hipóteses;
3 - Ofereçam oportunidades de fortalecimento de auto-estima e construção de identidade;
4 - Levem em conta que o brincar constitui uma forma privilegiada de aprender e que o ambiente lúdico é o mais adequado para envolver a criança no processo educativo;
5 - Respeitem e incorporem a diversidade de expressões culturais. As diferentes formas de linguagem - verbal, musical e plástica – e que todas as formas de comunicação e expressão são básicas para que a criança compreenda, socialize e se estruture na cultura e na sociedade;
6 - Propiciem atividades que possibilitem o desenvolvimento da fala, do corpo, das artes, da música, da dança, da leitura, da escrita e da tecnologia.
A definição dos objetivos e dos programas a serem trabalhados, o conhecimento do desenvolvimento infantil, a observação das crianças em grupo e, individualmente, a reflexão constante sobre a prática educativa pelas educadoras são a base para a elaboração de uma proposta de atividades para a Educação Infantil.
É importante que os projetos de trabalho surjam da realidade e não sejam criados artificialmente com a intenção de organizar atividades.
Os critérios para a escolha dos temas a serem trabalhados deverão situar-se no plano social e não somente no plano pedagógico. Todo e qualquer assunto pode ser trabalhado, desde que possibilite a articulação de diferentes conteúdos e a realização de muitas e variadas atividades.
Com esse objetivo a Secretaria de Educação parte de uma estrutura de plano curricular que orienta e apresenta caminhos para concretizar as intenções educativas a serem implementadas na sala de aula.
Os eixos curriculares, nesta etapa, apresentam-se como âmbitos de experiências, no sentido de que se referem mais às experiências e as atividades que as crianças realizam do que às informações e conhecimentos que o professor deve ensinar.
AVALIAÇÃO
Avaliar é estar perto, disponível, acessível. (DEMO, 2006).
A avaliação se destina a obter informações e subsídios capazes de favorecer o desenvolvimento das crianças e ampliar seus conhecimentos. Com essa finalidade não se avalia somente a criança, também o que está sendo proposto e as intervenções que estão sendo realizadas.
De acordo com a LDB- Artigo 31 – Seção II “(...) a avaliação far-se-á mediante o acompanhamento e o registro do seu desenvolvimento, sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental.”
Desta forma a avaliação na Educação Infantil apresenta-se como um processo descritivo e reflexivo sobre as principais competências físicas, afetivas, intelectuais e sociais da criança, com objetivo de buscar potencializar ao máximo suas possibilidades, intervindo para dotá-las das competências, habilidades, hábitos e atitudes para que possam interagir e estar no mundo de forma criativa e curiosa hoje.
Nesse sentido, avaliar não é apenas medir, comparar ou julgar. Muito mais do que isso, a avaliação tem uma importância social e política crucial no fazer educativo. E essa importância está presente em todas as atitudes e estratégias avaliativas que adotamos.
Entende-se a avaliação como um processo que ocorre a todo o momento e que envolve todos os elementos que atuam na Educação Infantil, assim como os objetivos, os conteúdos e as atividades realizadas nas Unidades Educacionais.
Significa dar legitimidade as observações, os registros e outros instrumentos utilizados estarão presentes desde os primeiros momentos de permanência desta criança e de todas atividades que serão realizadas, constituindo-se em momentos de rica interlocução entre professor, família e a própria criança de modo individual ou coletivo, cujo objetivo é acompanhar as possibilidades do desenvolvimento e intervir pedagogicamente de forma sistemática e organizada.
A avaliação da criança pode ser verbalizada e expressa em conversas coletivas. Também há outras estratégias de se avaliar, pode-se utilizar do desenho, da construção, da expressão corporal, de músicas, da brincadeira, etc.
Por meio da observação, o professor poderá saber que experiências estão sendo vivenciadas pelas crianças, que conflitos estão enfrentando, que conceitos estão elaborando e que conhecimentos precisam ser ampliados. Os registros devem ser feitos diariamente em vários momentos, para coletar material e organizar registros que relatem no portfólio a vida da criança na Educação Infantil.
Essa avaliação é qualitativa, pois em nenhum momento tem um caráter classificatório, eliminatório, nem discriminatório. Deve ser um processo descritivo e reflexivo sobre as principais características, competências cognitivas e interativas do grupo e de cada criança, realizado através de relatórios individuais. Nesta perspectiva, as Diretrizes da Educação deste município sinalizam uma prática avaliativa da aprendizagem e desenvolvimento das crianças, pautadas na seguinte possibilidade:
· Na creche - do berçário ao maternal - 02 avaliações orais através de reunião com pais, onde se explicite as principais conquistas do grupo (no 1º e 3º bimestre) e 02 com relatórios descritivos individuais no 2º e 4º bimestre;
· Na pré-escola os relatórios individuais serão bimestrais e descritivos.
As características gerais da avaliação qualitativa valorizam os seguintes aspectos:
· Buscar descrever significados que são socialmente construídos, e por isso é definida como subjetiva;
· Tem características não estruturadas, é rica de informações oriundas do contexto vivenciado pelas e com as crianças e enfatiza as interações;
· Através de dados qualitativos, obtém - se respostas que são semi – estruturadas ou não estruturadas;
· As técnicas de análise são indutivas, orientadas pelo processo, e os resultados não são generalizáveis.
Os pais participam das formas de avaliação de seus filhos, de maneira a perceberem, compreenderem e colaborarem no desenvolvimento dos mesmos.
Avaliar erros e acertos sem valorizá-los é um ótimo instrumento para o fortalecimento individual. Com esse objetivo é um instrumento precioso as pautas de observação que auxiliam na coleta de dados, no acompanhamento do desenvolvimento da criança e na elaboração do relatório, pois focam o olhar do professor para o registro de uma história singular sabendo que cada criança possui características, interesses, habilidades e necessidades de aprendizagem que são únicas.